Quando olho pela janela vejo a menina dançando. Por meio de ares, pulos, andares. Ela não sorri, apenas fecha seus olhos e deixa todas as notas, batidas e ritmos serem seu corpo. Ela é o seu corpo, não faz dele instrumento de mentiras para ninguém. A menina dança.
Tudo ao seu fundo é estático: Árvores, céu e um homem que vende balões. Ninguém a vê. São corpos ilustrativos, destes que passamos sem existirem, sem esbarrarmos, que marcham. É tudo cenário. Somente a menina existe de verdade, pois ela está de olhos fechados.
Sua dança é uma mistura de vento e notas musicais. Seus braços parecem pêndulos e suas pernas são como varetas jogadas de mãos dispostas a brincar.
Sem parar, a música toca em um ritmo incessante e nada muda em meus olhos, sempre vejo a menina dançando entre cenários humanos. Mas ela está de olhos fechados e só o que ela vê é de verdade. Ela é seu corpo.
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