domingo, 28 de março de 2010

tristeza do jéca

Me organizar... (???) O que eu quero com isso? o que estou buscando com todos esses movimentos (novos?).
Vontade de abandonar um pouco de tudo. Me embreagar por aí sem pensar muito em mim. Quero um pouco de mundo. Me poluo de excesso e incessantes questões. Tá meio chato, sabe?
É que pareço me acinzentar com essa cidade. Cada vez mais opaco me camuflo no meio de tantos tons sem brilho. Não ouço pássaros há tempos neste lugar... Ir ao Zoo e fingir que sorrio com essas grades?
Por favor, não me socorram. Ainda resta um resto de insatisfação com isso tudo. Ainda tenho a inquietude como semente. Não há motivos para me notarem. Preciso que eu me note e perceba que tá triste aqui. Para perceber só que to triste e abraçar meu travesseiro e chorar um pouco.
O cenário está propício para a meia luz, para a solidão, para uma bom trago de cachaça...Tem drama não...são só questões de ser, e não precisam se estender em muitas. Ainda há algo que devagarzinho pede passagem. Ainda não sei o que se passa, mas vou acompanhando esse fluxo calmo... e triste.
Não há desespero, só solidão

segunda-feira, 8 de março de 2010

Sede

Água
Muita água
Água quente, água gelada, água cremosa, água ensopada
Tenho sede de mais água
e não cessa.

Água ardente
com goles largos
Água de gargalo
com rio abaixo
molhado

A pele ta seca
A lingua ta lixa
Cabelo empoeirado
e unha roída, doída, inflamada

Mais água
um balde
banheira
de gelo
geleira

Que eu lambo
tomo
molho
mergulho

Mas essa sede nunca passa

Suor salgado
arenoso, pegajoso
por dentro gruda
paredes de entranhas.
Suja, deserto de mim!!!
estranha, estranho
Parada.

E lasca
quebra
cai
e se estilhaça.

Desespero de garganta áspera
pena, farinha e desgraça
a água só passa
não embassa, não encharca

Me encharca
É de água
Minhágua
ÁGUA
Água
água
gota d´dágua

quarta-feira, 3 de março de 2010

Colírios Anti-psicóticos...pingou e ficou cego

SEGUNDA-FEIRA, 1 DE MARÇO DE 2010/3 DE MARÇO DE 2010

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Atingiram em cheio a íris-arco, a menina que morava nos olhos, as cataratas que refletiam...
O que há entre aqui - contorno plasmático- e o mundo? Que pele é essa? Viscosa, que pisca através de para-brisas. Pálpebras param as brisas? Brisas... De olhos fechados veja o rosa de dentro.
"E de dentro me perco onde não sei se o que sei é sabido por quem olha de lá. Só eu posso ver o que vejo. Ver: ... sabe-se o?."
Qualquer forma ao se colocar olhos parece tornar-se Viv0:-I. Mas é quando estão fechados que se tem o medo do que não se pode ser.
"O que eu não sou?"
Fechados, habita lugares só meus, eu, acompanhado. É mesma sensação de cobrir a cabeça com lençóis. É não saber se me vêem, não me importar. Observa se estou a sorrir, mas nunca saberá pra qual canto vejo. E se vejo canto, ou grito que calo.
Vela meu sono, olhos fechados. Vela as visões protegidas pela Santa pálpebra com seu manto estrelado. Vela onde passeio e ninguém pode me alcançar, acompanhar, compartilhar. És companheira de São Jorge? Por aqui tenho companhia solitária. Seguro, fecho os olhos.
Há mundos neste mundo que não preciso, não quero e não posso compartilhar. Nesta hora prefiro a solidão de estar