Não contou pra ninguém porque não tinha um porquê. Fez aquilo desencadeado por uma enorme vontade de. Sabia que iriam chamar aquela atitude de perigosa, arriscada. Sabia que após aquele ato poderia se arrepender, culpabilizar-se. Mas sua boca salivava. Cada góle daquele cuspe molhado era combustível para seguir em frente. Pensava aceleradamente em tudo. Seu corpo respondia abandonando qualquer tentativa de sintonizar-se com vão razão. E balbuciou a si:
-Pensamento cacofônico, irritante, logorreico, não saia de mim.... exploda em nada e dirija-se pro beco sem saída onde não mais lhe encontro.
E fez. O ovo. A incoerência gritada pelos quatro cantos de si- arredondados. Num encontro mais do que público e/ou privado. Se fez. Abandonou aquilo que já foi dito, escutado, falado, murmurado, escrito, gravado. Criou. Deixou o desejo puxá-lo ao entre si e.
E queria de vez em quando, para quebrar a rotina chata e machante dos dias, o ato de aventurar-se em atos de. E mesmo com um quê de repetição, sempre ressoava um respiro de liberdade. Um momento em que, sem dizer pra ninguém, sem ninguém pra dizer...
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