O menino sapeca resolveu dar uma volta pela cidade. Estava cansado de chutar pedras do meio do caminho. Estava cansado de infernizar a irmã com apelidos desagradáveis. Estava cansado de enfiar o dedo no bolo que ainda não tinha corte. Estava enjuriado com os sustos que dava, com as bolas, as guloisemas e todas as brincadeiras com vizinhança descalça e descabelada.
Saiu sério, com os olhos abertos arregalados. Andou só, andou só, andou só. Em suas idéias lhe visitavam meninos noturnos, meninos chorosos, meninos medrosos. Carregava no pescoço um enrosco (pomo de adão? nó?).
Passou o sol. A lua chegou, foi embora. Caiu folha. Tempestou. Os sinais de transito abriram, fecharam. Estradas foram criadas, pedágios, tuneis, pontes e passarelas. Ventou, ventou, ventou...
Sem bolhas no pé encontrou a moça sentada na beira da calçada. Ela estendeu a mão. Se olharam e ele sentou, um pouco.
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