sábado, 23 de julho de 2011

Amy

dia da morte de Amy. São Paulo continua linda com sua frieza noturna boêmia. Acompanhado de queridos em espaços aconchegantes. Dizem por aí que Amy morreu. E que foi aos 27. Amy era uma pessoa interessantíssima. Drogava-se e além disso sustentava uma melodia que resistia e re-existia .
A vida que se fala em canção; que se canta em palavras; a vida do silêncio dito nos mais diversos corredores.
Estou lendo Lima Barreto. Lendo o registro de si e do entorno, sem preocupações acadêmicas, me forçando a inquietações. Ele escreveu no seu diário de hospício, de maneira simples, um cotidiano enclausurado que se abre para dar passagem à voz do vivido em inúmeros corpos chamados loucos.
Corpos loucos são corpos fortes. Assim como todos aqueles corpos que sustentam mundos diversos e singulares.
Amy sustentava. E não é um elogio à loucura desmedida. Mas é um elogio a toda vida que aceita. Vive intensamente no que lhe é dado. E às vezes morri. Às vezes por várias vezes morri. E se propaga em vida, às vezes. Em cada registro vivo em sua voz.... muito além da massificante mídia, revive no invisível da música ou nos pensamentos da escrita.