sexta-feira, 11 de junho de 2010

O frio e o amigo

O frio paulistano convida para um jazz intimista em lugar quente e abafado. Amigo, como vai saber quando a hora é de acompanhar apenas com sorrisos silenciosos? Quando foi que tornou-se amigo, amigo? Foi quando depois da despedida deixou sorriso. Foi quando ao meu lado viajamos juntos. É que solidão apavora...e fica mais tranquilo quando dela há confortáveis imagens de mim contigo...rindo.
A noite venta lá fora, sem som. O interfone espera calado. A casa quente acolhe quem acaba de acordar de cochilo de fim de tarde que escureceu. Quando você chegar me dê um abraço forte e traga aquele cheiro de perfume que é só seu. Sentaremos à mesa, e ao fumar um cigarro lhe contarei que ainda não tomei o banho, que estou com preguiça, que ando confuso, que o mundo é mesmo muito maluco. Como é bom receber em minha casa presença de pantufa.
Vou colocar a água pra ferver. Tem chá de camomila, cidreira, maçã e hortelã. Pode escolher, e se quiser fazer misturas, fique à vontade. Deu preguiça de comprar o vinho hoje. Daqui a pouquinho tomo o banho. Calma aí. Deixa passar devagarzinho, sem fazer nada, só pra sentir o estar junto...

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