sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Ela

Ela delicadamente foi segurada pelos braços com pêlos descoloridos da mãe e voou pela janela furada.O seu choro abafava a vista da calçada que chegava lentamente? Não sei.
Ela dorme na calçada movimentada de passos acelerados de saltos, de dedos, de pés encouraçados. Suspira e sonha com a corda que pulou outrora? Não sei.
A platéia grita: "puta". Durante isso, ela, escoltada por seguranças, desfila na Entidade Casa de Sábios Saberes com sua mini-saia comprada para mostrar sua coxa bronzeada de praia, sal e sol. Se envergonha? Não sei.
As dores são cada vez maior. Ela quer que esse mundo rasgue sua vagina com todas dores que lhe caibam. E um fio de navalha lentamente risca sua enorme barriga cheia de gente.
Ela vê a imensa luz. Depois se alimenta de leite quente vindo de teta.

Um comentário:

Jéssica Sts disse...

Gostaria de deixar registrado que também apreciei muito os seus textos! Ganhou mais uma fã. E fico feliz pelo meu blog ter inspirado você!
Até mais