segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Despir-me. Zerar o placar para que outro jogo comece. Outro campo, outras roupas, outro solo, outros jogadores. O mesmo corpo com marcas, com calos, com rugasde sorrisos e rastros de lágrimas. Despir-me.
Vento que sopra o rosto suado. O menino respira o ar que vem lá de longe. O que chega vem carregadode partículas que perderam a origem, o surgir. Já foram chão de casa, terra de pomar, sujeirade unha e vento. Grão que pregam e despregam-se no ar, na pele, na água.
No primeiro chutar da bola chacoalham-se os pêlos que tremem. Alguns caem. Poros se abrem pretos . Pontos saem de dentro da carne.
Despir-me de mim. Novos pêlos, novas peles, novos cheiros, novos seres.....
Sejam bemvindos...vindo, vindo...
Que me morra, que se mato....
Mas principalmente, que seja bem vindo vivo.....pois vivo.

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