sábado, 17 de abril de 2010

Ela na paulista

Quem é que está a me esperar na sala de cinema?
Só o cinema. Cinema só.
Não está a nada esperar.
Se sozinho me entupo de informações
esvazio de sentido o alheio, o ao lado.
Ao bando exprimem diversas tonalidades de voz
Grunhidos de gralhas velhas - Irriquieta
Rouquidão de senhor esnobe – o Paulo são
Nas calçadas seguras as bolsas abraçadas com grossas roupas

E tem entrada em vão
E tem gente no ar em avião
E tem corpos dormidos no chão
Pensamento escapa por funil de balão

Sem perceber fumaça, barulho, nada mais
Cotidiano misturado com corpo
Um tanto paulistano?
Sim, pois muito sem ser
Conservadora, cidade conservadora do absurdo.
Dona Cidade Louca Caduca
De xale neon.

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